A Venezuela enfrenta hoje uma crise política e econômica que tem devastado o país. Ela teve início em 2013, quando Nicolás Maduro tornou-se presidente após a morte de Hugo Chávez e intensificou-se com a desvalorização do petróleo no mercado internacional a partir de 2014. A consequência foi o empobrecimento da população, levando à enorme crise migratória que enfrentamos hoje.
Do lado político, em resumo se caracteriza pela disputa entre o governo de Nicolás Maduro (e seu partido – Partido Socialista Unido da Venezuela) e a oposição venezuelana, que denuncia abusos de poder cometidos pelo presidente. Após a morte de Chávez, Maduro venceu a disputa eleitoral com uma margem de diferença muito pequena e assumiu a Venezuela quando a crise da economia do país começava a despontar. Isso reforçou a oposição do país contra o governo e levou Maduro a usar de mecanismos de força para combater e calar seus opositores. Desde então ele tem usado de ações autoritárias para manter-se no poder com o apoio das forças armadas venezuelanas.
Do lado econômico, a crise foi exacerbada pela queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional em 2014. As reservas de petróleo foram descobertas na Venezuela no começo do século XX e, desde então, tornaram-se a principal fonte de riqueza do país. Por depender quase que exclusivamente da sua venda, o país não investiu o suficiente na sua própria indústria e agricultura, fazendo da importação o principal meio de abastecimento geral. Além disso, a partir de 2017 o governo dos EUA começou a impor sanções à economia venezuelana em represália ao autoritarismo, o que forçou o país a reduzir a quantidade de petróleo exportado, ampliando a crise econômica.
A consequência da crise foi o empobrecimento da população e falta de abastecimento no país. Existe uma falta generalizada de produtos do dia a dia como alimentos e medicamentos, que quando encontrados são a preços exorbitantes. Tudo isso levou o povo venezuelano a abandonar o seu país em busca de condições melhores para sobreviver. Os países que mais receberam venezuelanos foram a Colômbia e o Peru. O Brasil não foi a primeira escolha dos venezuelanos pela diferença de idioma, mas a facilidade de entrar no país pela fronteira com Roraima levou muitos venezuelanos a aventurar-se em terras brasileiras sonhando em construir uma nova vida.
O Brasil, e principalmente o estado de Roraima não estavam preparados para receber um número tão grande de venezuelanos e o país tem enfrentado o desafio de acolhê-los e inseri-los na sociedade. Para agilizar o processo, o governo brasileiro tem facilitado os pedidos de refúgio e vistos de residência temporária, e com a documentação regularizada os venezuelanos conseguem procurar emprego e buscar uma vida estável no país.
E no meio de tudo isso nasceu a AIRE, para prestar auxílio a essas pessoas que tendo abandonado sua nação, fazem agora do Brasil o seu novo lar. Acreditamos que todos devem ter a oportunidade de viver uma vida digna e decidimos fazer disso a nossa missão. Junte-se a nós!
Texto extraído de https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/crise-na-venezuela.htm