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Vocês não estão sozinhos

Viajar-sozinho-Para-saber-o-que-não-gosta

por Marcel Nomoto

https://www.uol.com.br/ecoa/reportagens-especiais/a-historia-de-pessoas-refugiadas-que-recomecaram-a-vida-no-brasil/#page1

Este artigo publicado pelo UOL conta a história da chegada ao Brasil de uma venezuelana, um sírio e um congolês.

Em seu parágrafo de abertura menciona a grande onda de imigração entre os séculos 19 e 20 de italianos, alemães e japoneses fugindo da guerra e da fome.

Entre os fundadores da AIRE, temos uma maioria de sobrenomes japoneses, netos ou filhos de imigrantes japoneses, que se consideram brasileiros, tem o português como sua primeira língua, gostam de churrasco e futebol.

Após quase 5 gerações no Brasil, os japoneses já não são figuras exóticas. Em São Paulo, vemos nas ruas mais restaurantes japoneses do que churrascarias (e não é incomum encontrar sushi nos buffets das churrascarias).

A integração que hoje parece natural certamente não foi fácil para os primeiros imigrantes que sofreram para aprender uma nova língua, e os hábitos e costumes da nova terra.

Porém, após mais de 100 anos de imigração, é raro conhecer um descendente de japonês nascido no Brasil, que não considere o Brasil como sua pátria.

Os primeiros imigrantes japoneses eram em sua maioria campesinos. Gente do campo que entendeu que havia mais oportunidades em outros países do que onde estavam. Sonhadores e aventureiros que vislumbravam um futuro melhor para seus filhos através do trabalho, seja ele qual fosse: plantando café, lavando roupas, vendendo pastel, caseiro, entre muitas outras profissões presentes na história da minha família.

Quando conversamos com os venezuelanos que chegaram ao Brasil, conseguimos imaginar quão difícil deve ter sido para nossos avós e bisavós: a saudade da família que ficou no país de origem, a dificuldade para aprender a língua, os momentos de desespero por não encontrar emprego e não conseguir sustentar a família, e o sentimento de que estão sozinhos em um país estranho sem ninguém para ajudar.

Recebemos uma mensagem de um venezuelano vivendo em Manaus que teve o suprimento de água cortado. Rapidamente um grupo se mobilizou para arrecadar o valor necessário para resolver a situação. A resposta dele nos comoveu, pois disse que mais importante do que receber o dinheiro, foi saber que ele não estava sozinho nesta terra estrangeira.

Nosso sonho é que venezuelanos, sírios, congoleses, haitianos, afegãos, comorenses, entre muitos outros que chegaram há pouco ao Brasil em busca de uma vida melhor, encontrem terreno fértil para crescer suas raízes e que suas famílias possam chamar essa nova terra de pátria.

Vocês não estão sozinhos.

“Este artigo é de propriedade e titularidade do autor. As opiniões nele contidas são de responsabilidade do autor, e não da AIRE. O autor autoriza a livre divulgação do texto.” 

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